Trinta anos perdidos...

>> maio 26, 2010

Trinta anos perdidos entre duas crises semelhantes nas contas externas



Por João Ramos de Almeida, ln Público


Um dos traços comuns às crises de 1983 e 2010 é a crítica à terapia usada para combater os desequilíbrios.

Há quase 30 anos, a maior contestação surgiu à esquerda, pelo facto de os planos de emergência se centrarem nos cortes aos rendimentos mais baixos, na quebra do rendimento disponível da grande generalidade dos portugueses, pelo consequente aperto da actividade económica e desemprego, e nunca pelo contributo dos mais abastados, nomeadamente do sector financeiro.
Mas em 1983 suscitou-se igualmente outro aspecto. O de os programas de ajustamento acabarem por não combater o problema de fundo da economia portuguesa - o seu desquilíbrio estrutural.
Numa interpelação desencadeada pelo PCP - que, nas eleições de Abril de 1983, tivera 18 por cento dos votos - o economista Octávio Teixeira lembrava que "não é com políticas conjunturalistas (...) que se podem resolver os problemas estruturais da economia. Tais políticas podem, transitoriamente, reduzir os défices externos mas não resolvem as suas causas. Podem, temporariamente, reduzir o ritmo de crescimento da dívida externa, mas não a diminuem. E lançam o país num círculo infernal das recessões cada vez mais prolongadas e profundas, de destruição progressiva da base produtiva, de desemprego crescente, de agravamento constante da miséria e da dependência externa económica, financeira e política". E Carlos Carvalhas, igualmente deputado, criticou o objectivo omisso do FMI de reduzir os custos de mão-de-obra como política de fundo para a expansão das exportações.
Na altura, Ernâni Lopes concordou com a crítica, mas explicou-lhes que o Governo tinha outros programas de ajustamento estrutural. Só que, de imediato, importava assegurar o financiamento externo.
Mas a alteração estrutural é uma tarefa mais lenta do que a vontade dos governantes. O governo de bloco central caiu em Fevereiro de 1985, em pleno ajustamento conjuntural.
Os governos Cavaco Silva, de 1985 até 1994, pouco conseguiram também. A política do escudo forte, visando forçar os exportadores a mudanças rápidas, não surtiu o efeito pretendido. O economista João Ferreira do Amaral, antigo conselheiro do Presidente Jorge Sampaio, sugere mesmo que essa política desincentivou o sector exportador e aumentou as apostas nos sectores não sujeitos à competitividade externa, como a construção.
A progressiva integração europeia e a pulsar da economia nacional ao ritmo do batimento europeu pouco tem incentivado alterações de fundo ou permitido sequer crescimentos elevados. Nos últimos dez anos, a economia portuguesa cresceu abaixo da europeia.
Passados cerca de trinta anos sobre a crise de 1983, a estrutura da balança comercial não sofreu grandes alterações. Olhando para as trocas comerciais (sem combustíveis), a distribuição por ramos de actividade não se alterou muito. As excepções são, em primeiro lugar, a forte subida da importação de bens alimentares. Depois, a queda a pique das exportações de vestuário, fruto da abertura das barreiras alfandegárias a países como China, Índia e Paquistão. E em terceiro lugar, o reforço das exportações de máquinas e veículos, provavelmente explicada pela produção da Autoeuropa e actividades conexas. Mas mantêm-se as limitações nacionais ao investimento, ainda dependente da componente importada.
E mantêm-se igualmente as críticas à esquerda ao plano de emergência. Manuel Carvalho da Silva, secretário-geral da CGTP, bem como João Proença da UGT, têm frisado os efeitos gravosos nas camadas de menores rendimentos e com a recessão que se aproxima.
"Não aceitamos que sejam os trabalhadores os sacrificados pelos milhões que foram "rapinados" ao Orçamento de Estado para tapar os buracos do sector financeiro", afirmou Carvalho da Silva. "Ou fazemos uma reacção fortissima ou põem-nos a pão e água", afirmou ainda. J.R.A.

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Algumas rubricas do orçamento da Assembleia da Republica

Diário da República nº 28 – I série- datado de 10 de Fevereiro de 2010 –


RESOLUÇÃO da Assembleia da República nº 11/2010.


Poderão aceder através do site http://WWW.dre.pt

Vamos ler;

Algumas rubricas do orçamento da Assembleia da Republica


1 – Vencimento de Deputados ………………………12 milhões 349 mil Euros

2 – Ajudas de Custo de Deputados……………………2 milhões 724 mil Euros

3 – Transportes de Deputados ………………………3 milhões 869 mil Euros

4 – Deslocações e Estadas …………………………2 milhões 363 mil Euros

5 – Assistência Técnica (??) ………………………2 milhões 948 mil Euros

6 – Outros Trabalhos Especializados (??) ……………3 milhões 593 mil Euros

7 – RESTAURANTE,REFEITÓRIO,CAFETARIA…………..961 mil Euros

8 – Subvenções aos Grupos Parlamentares……………..970 mil Euros

9 – Equipamento de Informática …………………….2 milhões 110 mil Euros

10- Outros Investimentos (??) ……………………..2 milhões 420 mil Euros

11- Edificios ……………………………………2 milhões 686 mil Euros

12- Transfer's (??) Diversos (??)………………….13 milhões 506 mil Euros

13- SUBVENÇÃO aos PARTIDOS na A. R. ………………16 milhões 977 mil Euros

14- SUBVENÇÕES CAMPANHAS ELEITORAIS ….73 milhões 798 mil Euros


NO TOTAL a DESPESA ORÇAMENTADA para o ANO de 2010, é :€ 191 405 356,61 (191Milhões 405 mil 356 Euros e 61 cêntimos) – Ver Folha 372 do acima identificado Diário da República nº 28 – 1ª Série -, de 10 de Fevereiro de 2010.
E são estes sujeitinhos que depois pedem sacrifícios ao povo.

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Afinal é sobrinho do chefe...

Viva este pequeno e corrupto Portugal.


Viva EU, que grito bem alto a minha revolta.

Afinal é SOBRINHO DO CHEFE

Claro que tinha de haver uma razão para esta sumidade!!!!!!!!!

AFINAL HÁ MÉRITO, MUITO, MUITO MÉRITO!!!


O Sr. Administrador da PT, Dr. Rui Pedro Soares, entre muitos predicados tem o incontornável mérito de ser sobrinho de Mário Soares, o famoso!!!!...

Logo, está explicada a sua enorme capacidade para aos 36 anos ser administrador duma das maiores empresas portuguesas. Viva o grande pai da democracia, que tem fantásticos familiares e de altíssimo gabarito!!!
PODE LEVAR TEMPO, MAS A VERDADE É COMO O AZEITE, VEM SEMPRE AO DE CIMA.





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Tantos popós que o Primeiro precisa... Algém falou em crise?

>> maio 21, 2010

Andam os trabalhadores a pagar impostos e este (des)Governo a fazer nomeações numa altura em que o País está falido!


É preciso ter "lata".


Ena, tantos popós que o Primeiro precisa!


DESPACHOS FRESQUINHOS (18 de Maio de 2010) ...

ALGUÉM FALOU EM CRISE?

Isto reporta-se a um único Diário da República. Provavelmente houve/haverá mais nomeações.

Além de entradas de pessoal exterior à FP, convém lembrar que os motoristas não se limitam a receber só o vencimento base....
Assim, não há país que resista nem impostos que cheguem!



http://www.dre.pt/util/getpdf.asp?s=diad&serie=2&iddr=96.2010&iddip=2010027100
Despacho n.º 8346/2010. D.R. n.º 96, Série II de 2010-05-18

Presidência do Conselho de Ministros - Secretaria-Geral

Requisita à empresa Deloitte & Touche, Lda., António José Oliveira Figueira, para exercer funções de motorista no Gabinete do Primeiro-Ministro



http://www.dre.pt/util/getpdf.asp?s=diad&serie=2&iddr=96.2010&iddip=2010027101
Despacho n.º 8347/2010. D.R. n.º 96, Série II de 2010-05-18

Presidência do Conselho de Ministros - Secretaria-Geral

Requisita à Associação dos Bombeiros Voluntários de Colares Rui Manuel Alves Pereira, para exercer funções de motorista no Gabinete do Primeiro-Ministro




http://www.dre.pt/util/getpdf.asp?s=diad&serie=2&iddr=96.2010&iddip=2010027102
Despacho n.º 8348/2010. D.R. n.º 96, Série II de 2010-05-18

Presidência do Conselho de Ministros - Secretaria-Geral

Requisita ao Sindicato dos Trabalhadores de Escritório, Comércio, Hotelaria e Serviços Vítor Manuel Gomes Martins Marques Ferreira, para exercer funções de motorista no Gabinete do Primeiro-Ministro



http://www.dre.pt/util/getpdf.asp?s=diad&serie=2&iddr=96.2010&iddip=2010027103
Despacho n.º 8349/2010. D.R. n.º 96, Série II de 2010-05-18

Presidência do Conselho de Ministros - Secretaria-Geral

Designa o agente principal da Polícia de Segurança Pública Augusto Lopes de Andrade para exercer funções de motorista no Gabinete do Primeiro-Ministro



http://www.dre.pt/util/getpdf.asp?s=diad&serie=2&iddr=96.2010&iddip=2010027104
Despacho n.º 8350/2010. D.R. n.º 96, Série II de 2010-05-18

Presidência do Conselho de Ministros - Secretaria-Geral

Requisita à empresa Companhia Carris de Ferro de Lisboa, S. A.,Arnaldo de Oliveira Ferreira, para exercer funções de motorista no Gabinete do Primeiro-Ministro



http://www.dre.pt/util/getpdf.asp?s=diad&serie=2&iddr=96.2010&iddip=2010027105
Despacho n.º 8351/2010. D.R. n.º 96, Série II de 2010-05-18

Presidência do Conselho de Ministros - Secretaria-Geral

Designa o assistente operacional Jorge Martins Morais da Secretaria-Geral do Ministério da Cultura, para exercer funções de motorista no Gabinete do Primeiro-Ministro



http://www.dre.pt/util/getpdf.asp?s=diad&serie=2&iddr=96.2010&iddip=2010027106
Despacho n.º 8352/2010. D.R. n.º 96, Série II de 2010-05-18

Presidência do Conselho de Ministros - Secretaria-Geral

Designa o assistente operacional Jorge Orlando Duarte Vouga do Instituto de Gestão Financeira da Segurança Social, I. P., para exercer funções de motorista no Gabinete do Primeiro-Ministro



http://www.dre.pt/util/getpdf.asp?s=diad&serie=2&iddr=96.2010&iddip=2010027107
Despacho n.º 8353/2010. D.R. n.º 96, Série II de 2010-05-18

Presidência do Conselho de Ministros - Secretaria-Geral

Designa o agente principal da Polícia de Segurança Pública Jorge Henrique dos Santos Teixeira da Cunha para exercer funções de motorista no Gabinete do Primeiro-Ministro



http://www.dre.pt/util/getpdf.asp?s=diad&serie=2&iddr=96.2010&iddip=2010027108
Despacho n.º 8354/2010. D.R. n.º 96, Série II de 2010-05-18

Presidência do Conselho de Ministros - Secretaria-Geral

Designa a agente principal da Polícia de Segurança Pública Liliana de Brito para exercer funções de apoio administrativo no Gabinete do Primeiro-Ministro



http://www.dre.pt/util/getpdf.asp?s=diad&serie=2&iddr=96.2010&iddip=2010027109
Despacho n.º 8355/2010. D.R. n.º 96, Série II de 2010-05-18

Presidência do Conselho de Ministros - Secretaria-Geral

Designa o agente principal da Polícia de Segurança Pública José Duarte Barroca Delgado para exercer funções de motorista no Gabinete do Primeiro-Ministro


http://www.dre.pt/util/getpdf.asp?s=diad&serie=2&iddr=96.2010&iddip=2010027110
Despacho n.º 8356/2010. D.R. n.º 96, Série II de 2010-05-18

Presidência do Conselho de Ministros - Secretaria-Geral

Designa o agente principal da Polícia de Segurança Pública Manuel Benjamim Pereira Martinho para exercer funções de motorista no Gabinete do Primeiro-Ministro



http://www.dre.pt/util/getpdf.asp?s=diad&serie=2&iddr=96.2010&iddip=2010027111
Despacho n.º 8357/2010. D.R. n.º 96, Série II de 2010-05-18

Presidência do Conselho de Ministros - Secretaria-Geral

Designa o agente principal da Polícia de Segurança Pública Horácio Paulo Pereira Fernandes para exercer funções de motorista no Gabinete do Primeiro-Ministro




http://www.dre.pt/util/getpdf.asp?s=diad&serie=2&iddr=96.2010&iddip=2010027112
Despacho n.º 8358/2010. D.R. n.º 96, Série II de 2010-05-18

Presidência do Conselho de Ministros - Secretaria-Geral

Designa o agente principal da Polícia de Segurança Pública Custódio BrissosPinto para exercer funções de motorista no Gabinete do Primeiro-Ministro

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Salários mensais

>> maio 17, 2010

Crise?!'! De quem? Isto não são salários, são afrontas a quem trabalha!



Ora cá vão uns salariozitos de remediados:


(PODE NÃO PARECER, MAS SÃO VALORES MENSAIS!!!!....)


-Mata da Costa: Presidente dos CTT, 200.200 Euros


-Carlos Tavares: CMVM, 245.552 Euros


-Antonio Oliveira Fonseca: Metro do Porto, 96.507 Euros


-Guilhermino Rodrigues: ANA, 133.000 Euros


-Fernanda Meneses: STCP, 58.859 Euros


-José Manuel Rodrigues: Carris 58.865 Euros


-Joaquim Reis: Metro de Lisboa, 66.536 Euros


-Vítor Constâncio: Banco de Portugal, 249.448 Euros (este é que pode pagar mais IRS)


-Luís Pardal: Refer, 66.536 Euros


-Amado da Silva: Anacom, Autoridade Reguladora da Comunicação Social, ex-chefe de gabinete de Sócrates, 224.000 Euros


-Faria de Oliveira: CGD, 371.000 Euros


-Pedro Serra: AdP, 126.686 Euros

-José Plácido Reis: Parpública, 134.197 Euros


-Cardoso dos Reis: CP, 69.110 Euros


-Vítor Santos: ERSE, Entidade Reguladora da Energia, 233.857 Euros


-Fernando Nogueira: ISP, Instituto dos Seguros de Portugal, 247.938 euros (este não é o ex-PSD que se encontra em Angola !! )


-Guilherme Costa: RTP, 250.040 Euros


-Afonso Camões: Lusa, 89.299 Euros


-Fernando Pinto: TAP, 420.000 Euros


-Henrique Granadeiro: PT, 365.000 Euros




E ainda faltam as Estradas de Portugal, EDP, Brisa, Petrogal, todas as outras Observatórios e reguladoras ... Vilanagem É um fartar enfim! E pedem contenção!!


Imaginem o que é pagar um Subsídio de férias ou de Natal a estes senhores:''Tome lá meu caro amigo 350.000 € para passar férias ou fazer compras de Natal''.


E pagar-lhes esta reforma ... É no mínimo imoral e no máximo corrupção à sombra da lei ... Até porque estes cargos não são para técnicos, Mas são de nomeação política .. É isto que lhes retira toda e qualquer credibilidade junto do povo e dos quadros técnicos.


TODO NOSSO DINHEIRO QUE ALIMENTA ESTE BANQUETE, ONDE A CRISE NÃO BATE À PORTA E Onde há aumentos PARA SEMPRE Amigos PODE NÃO PARECER, MAS ESTES SÃO VALORES MENSAIS!!!!....

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O Estado português ao melhor nível!

>> maio 11, 2010

O Estado português ao melhor nível! Vergonhoso!!!!


A campanha a favor das vítimas do temporal na Madeira através de chamadas telefónicas é um insulto à boa-fé da gente generosa e um assalto à mão-armada.

A promoção reza assim: Preço da chamada 0,60 € + IVA.

São 0,72 € no total. O que de má-fé não se diz é que o donativo que deverá chegar (?) ao beneficiário madeirense é de apenas 0,50 €. Assim oferecemos 0,50 € a quem carece, mas cobram-nos 0,72 € , mais 0,22 € ou seja 30 %. Quem fica com esta diferença?

1º - a PT com 0,10 € (17 %) isto é a diferença dos 60 para os 50.

2º - o Estado 0,12 € (20 %) referente ao IVA sobre 0,60.

Numa campanha de solidariedade, a aplicação de uma margem de lucro pela PT e da incidência do IVA pelo Estado são o retrato da baixeza moral a que tudo isto chegou.

A RTP anunciou com expressa satisfação que o montante doado já atingiu os 2.000.000 de euros. Esqueceu-se de dizer que os generosos pagaram mais 44 % ou seja mais 880.000 euros divididos entre a PT (400.000 € para a ajuda dos salários dos administradores) e o Estado (480.000 € para ajuda ao reequilíbrio das contas públicas e a todos os trafulhas que por lá andam).

A PT cobra comissão de 20 % num acto de solidariedade.

O Estado faz incidir IVA sobre um produto da mais pura generosidade.

ISTO É UMA TOTAL FALTA DE VERGONHA!!!!

ISTO É UM ASQUEROSO ESBULHO!!!


Já agora, vale a pena pensar nas recolhas de alimentos para o Banco Alimentar Contra a Fome feitas à porta dos hipermercados.

Tudo é pago, contemplando o lucro dos ditos e, claro está, os impostos ao consumo.

Em Portugal, miseravelmente, ser solidário é ser sinónimo de parvo e estúpido!

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Carta a Inês de Medeiros

>> maio 06, 2010


Excelentíssima Senhora Deputada Dona Inês de Medeiros,
Chère Madame


O IRRITADO teve, aqui há umas semanas, o topete de escrever uma carta a Vossa Excelência sobre a importante matéria das viagens semanais de Vossa Excelência, em classe executiva, a Paris, luminosa quão merecida cidade de residência de Vossa Excelência.

Permite-se agora o cullot de voltar à augusta presença de Vossa Excelência.

Antes de mais, portanto (como diria o camarada Jerónimo), as mais humildes desculpas pelo atrevimento deste seu servo e amigo.
Tem o IRRITADO seguido, com a admiração e a estima que, no fundo da alma, nutre por Vossa Excelência, as vicissitudes por que tem passado a história do ingente problema que a aflige: quem paga as viagens de Vossa Excelência a Paris? Sim, Quem?

Parece que ninguém!

Anda meio mundo preocupado com o assunto, sendo o mais aflito de todos Sua Excelência o Senhor Deputado José Lelo[i], mui Ilustre Presidente do Conselho de Administração da Assembleia da República, entidade a quem, semsombra de dúvida, caberá mandar pagar as viagens de Vossa Excelência.

Ora, como é sabido, o insigne cidadão tem várias dificuldades do tipo mental, coisa de que não terá culpa, uma vez que já nasceu assim. Daí que, por mais voltas que dê ao limitado bestunto com que foi brindado pela criação, não consegue encontrar o competente penduricalho orçamental onde caibam os 1.200 euros que custa cada viagem/semanal em executiva (luxo!) de Vossa Excelência.

Em que triste miserabilismo vive a Pátria do Senhor Dom João V!

Se Vossa Excelência andar por cá uns 10 meses por ano, teremos umas 45 viagens, o que, contas feitas, se cifrará nuns meros 54.000 euros, ou seja, em moeda antiga, uns míseros 10.826.028.000 réis. Em 4 anos de mandato, a coisa não passará, como é evidente, de 43.304.112.000 réis, ou, em moeda republicana, 43.304 contos mais uns pós.

Tem Vossa Excelência toda a razão quando, solene e superiormente, declara "não sei quem paga nem quanto custa". Era o que faltava, Vossa Excelência preocupar-se com problemas destes, coisa para lelos e quejandos, gente de somenos. Vossa Excelência não sabe, nem tem que saber, o valor em jogo.

"Nada disso passa por mim", declarou. Mais. Vossa Excelência, como é de timbre entre os socialistas, não se preocupa com o assunto. "Escolhi uma (agência de viagens), e passei a marcar por essa: telefono e recebo os bilhetes". É assim mesmo! A altíssima dignidade de Vossa Excelência não permite, sequer, que erga o mimoso cul da poltrona para tratar de coisas menores. Como é óbvio, alguém traz o bilhete, alguém há-de pagar, Vossa Excelência não desce a problemas de lelos. Viaja, e acabou-se. Muito bem!

Teve o IRRITADO a desfaçatez, na sua anterior missiva, de suscitar a curiosidade de Vossa Excelência para o facto de haver cidadãos - ainda que, como é lógico, gente de qualidade inferior à sua - que fazem Lisboa/Paris/Lisboa por uns 150[ii] euros, no mesmo avião que Vossa Excelência utiliza, mas lá para trás, com o cul não tão à larga e sem champanhe nem refeição quente.
É certo que Vossa Excelência não tem que descer ao ponto de aceitar sugestões do IRRITADO. Não pode este, porém, deixar de, com todo o respeito, dizer que, se Vossa Excelência o fizesse, o Lelo gastaria 14,5 vezes menos do que vai acabar por gastar com as viagens de Vossa Excelência.

Tudo isto não passa, como é evidente, de fruto da mentalidade capitalista do IRRITADO, coisa incompatível com a majestática dignidade socialista de Vossa Excelência.


António Borges de Carvalho


[i] Lelo - doido, vaidoso (Dicionário Universal da Língua Portuguesa, Texto Editora).


[ii] Algo me diz que Vossa Excelência, antes de subir ao altar doirado em que se encontra, viajava por 150 euros, como a plebe. Agora, já nem quer saber quanto custa, ou custava, a sandocha e o assento apertadinho. Pois faz Vossa Excelência muito bem! Socialisme oblige.

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Carta de um funcioñário público ao 1º Ministro

>> maio 05, 2010

Exmo. Sr. 1º Ministro,



Vou alterar a minha condição de funcionário público, passando à qualidade de empresa em nome individual (como os taxistas) ou de uma firma do tipo "Jumentos & Consultores Associados Lda." e em vez de vencimento passo a receber contra factura, emitida no fim de cada mês.

Ganha o ministro, ganho eu e o país que se lixe!


Ora vejamos:


Ganha o ministro das Finanças porque:

- Fica com um funcionário público a menos.

- Poupa no que teria que pagar a uma empresa externa para avaliar o meu desempenho profissional.

- Ganha um trabalhador mais produtivo porque a iniciativa privada é, por definição, mais produtiva que o funcionalismo público.

- Fica com menos um trabalhador, potencial grevista e reivindicador que por muito que trabalhe será sempre considerado um mandrião.


E ganho eu porque:

- Deixo de pagar na totalidade todos os impostos a que um funcionário público está obrigado, e bem diga-se, pois passo a considerar o salário mínimo para efeitos fiscais e de segurança social.

- Vou comprar fraldas, champôs, papel higiénico, fairy, skip e uma infinidade de outros produtos à Makro que me emite uma factura com a designação genérica de 'artigos de limpeza', pelo que contam como custos para a empresa.

- Deixo de ter subsídio de almoço, mas todas as refeições passam a ser consideradas despesa da firma.

- Já posso arranjar uma residência em Espanha para comprar carro a metade do preço ou compro um BMW em leasing em nome da firma e lanço as facturas do combustível e de manutenção na contabilidade da empresa.

- Promovo a senhora das limpezas lá de casa a auxiliar de limpeza da firma.

- E, se no fim ainda tiver que pagar impostos, não pago, porque três anos depois o Senhor Ministro adopta um perdão fiscal; nessa ocasião vou ao banco onde tinha depositada a quantia destinada a impostos, fico com os juros e dou o resto à DGCI.


Mas ainda ganho mais:

- Em vez de pagar contribuições para a CNP, faço aplicações financeiras e obtenho benefícios fiscais se é que ainda tenho IRS para pagar.


- Se tiver filhos na universidade eles terão isenção de propinas e direito à bolsa máxima (equivalente ao salário mínimo) e se morar longe da universidade ainda podem beneficiar de um subsídio adicional para alojamento; com essas quantias compro-lhes um carro que, tal como o outro, será adquirido em nome da firma assim como manutenções e combustíveis.

- Se tiver um divórcio litigioso as prestações familiares que o tribunal me condenar já não serão deduzidas directamente na fonte e recebo o ordenado inteiro e só pago se me apetecer...!

Como se pode ver, só teria a ganhar e já podia dizer em público o nome da minha profissão sem parecer uma palavra obscena, afinal, em Portugal ter prejuízo é uma bênção de Deus!


Está visto que ser ultra liberal é o que realmente vale a pena, e porque é que os partidos que alternam no poder têm tantos votos...?


Atentamente

A. Bivar de Sousa

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A Ver Se o Lume Pega...

Quando países inteiros abanam com rumores de nebulosas "agências de rating" verdadeiros psicopatas sociais e que lidam com sistemas fictícios de bens e complexas actividades criminosas, alimentado pela obrigatoriedade de juntar mais e mais escravos à máquina produtiva de incessante apetite, para onde vai a também fictícia riqueza? Custa-me que não se perceba de um modo massivo que continuamos presos na enganadora promessa perpétua de "melhores tempos" e nunca chegada prosperidade. Mas alguns, em alguns lugares, já perceberam que isso é pura quimera, substituição de credos anteriores, falsos como todos os sonhos impregnados nas cabeças de quem se quer a vergar as costas dia após dia. E surgem por aí as faíscas, faíscas atearam alguns fogos, em lugares onde não se encontra o mal, apenas centros de operações criminosas onde outros estão a soldo. Não há mais aonde ir, não há mais pelo que esperar, não há mais mantos que cubram a nudez dessas mentiras e aldrabices. A esperança, agora, é que o contágio seja viral, não como a mentira da gripe A, e que se pegue pelo ar, e que as faíscas façam todo o lume possível. 

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