Aprendam a Criar, Nunca Trabalhem!

>> abril 30, 2009


O trabalho foi aquilo que o homem achou de melhor para nada fazer da sua vida. Mecanizou, quando se tratava de inventar uma constante vivacidade. Privilegiou a espécie à custa do indivíduo, como se fosse preciso, para perpetuar o género humano, uma pessoa renunciar à fruição de si mesma e do mundo produzindo a sua própria desumanidade.
O estado planetário de ruína, isto a que conduziu a transformação da natureza numa matéria morta, mereceria ilustrar, nos futuros museus da barbárie arcaica, a salutar advertência: «Aprendam a criar, nunca trabalhem

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Filósofo Vagabundo (3)


“O senhor sabe o que é um ideal? Simplesmente uma muleta que se inventou na época em que o homem se converteu num ruim animal e se pôs a andar apenas sobre as patas traseiras… Um dia ao levantar a fronte da terra, viu um céu azul e ficou cego pela magnificência daquela claridade. Então disse à sua vaidade: hei-de alcançá-la! E desde esse dia, andou de muleta, mercê da qual tem podido manter-se direito até agora, sobre as patas traseiras.”

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Emprego não é sinónimo de Dignidade!

>> abril 28, 2009


Para chegar às medidas retrógradas do workfare, uma delas, longe de ser anódina, consiste em misturar a noção de dignidade com a de emprego.

A dignidade de uma pessoa é ser pessoa. Está antecipadamente adquirida.

A propaganda confere ao emprego a reputação de «dignidade»!
Mas de que dignidade se trata? Da que torna ser despedido ao seu bel-prazer da «bolha financeira» e ter que se sujeitar permanentemente a fim de não aumentar as «possibilidades» de ser despedido?

Da «dignidade» de ter que forjar uma mentalidade subalterna, de ter a autoridade patronal por um direito divino, a hierarquia por um dogma, a sua própria subordinação por uma facto consumado?

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Filósofo Vagabundo (2)


“Eu amei nas mulheres o que elas não tinham e eu lhes emprestava. Não se deve qualificar a mentira de perniciosa, nem dizer sempre a verdade, porque ninguém sabe de facto o que é a verdade e talvez quando ela apresentar os seus papéis, sofra um desencanto.”

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Humilhação dos Trabalhadores!

>> abril 25, 2009


Toda uma literatura económica explica doutamente:

Não há nada como espoliar uma pessoa de tudo, abandoná-la, legalmente despojada, humilhada, sem recursos, para esperar vê-la submetida, pronta a aceitar quaisquer condições de trabalho e de vida, por mais revoltantes que sejam.


«working poors» (pobres trabalhadores) – expressão inventada nos E.U.A. e diz bem o que quer dizer: não é anormal viver lá abaixo do limiar da pobreza mesmo trabalhando – portanto, sem figurar nas estatísticas do desemprego;

«workfare», ou seja, a «tarifa do trabalho», mas de um trabalho forçado.
Quem não trabalha é, ao fim de algum tempo, castigado, privado de ajuda social. Isto dirige-se aos desempregados, todos considerados responsáveis pelo seu estado.
A transferência de qualquer prestação social dependerá, para ser “merecida”, da aceitação do “beneficiário” de uma tarefa qualquer que lhe seja proposta – num tal contexto, imposta! – por um estado, um município, mas também pelo sector privado – e isso seja qual for o respectivo conteúdo, horários, localização do trabalho indicado, ou ainda a respectiva remuneração, se existir, uma vez que se trata de uma contrapartida dos magros abonos, de outra forma suprimidos.

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Filósofo Vagabundo (1)


“Finalmente porque lhe contei eu tudo isto? Porque tinha a certeza de que não acreditava nas minhas palavras. Faz muito bem, não se fie em homem nenhum. Todo o homem que fala de si, mente fatalmente. Mente no infortúnio para despertar a compaixão… Mente também quando é feliz para excitar a inveja. E em suma, porque mentindo é o único meio que tem de conseguir que os outros se interessem por ele…”

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FMI - Organização Mafiosa!

>> abril 22, 2009


FMI, a OCDE, o Banco Mundial, a OMC, não têm (tal como o Conselho Europeu de Bruxelas) bases democráticas, uma vez que os seus membros não são eleitos. Porque haviam de ser? Eles não estão lá para gerir os negócios do mundo, como parece, mas o mundo dos negócios que os recruta, os nomeia ou os manda nomear.

FMI – detentor dos fundos que poderiam salvar a pobreza de certos países, não é difícil ao FMI, por exemplo, exigir e obter de países estruturalmente pobres ou em crise (ou as duas coisas) que cedam aos condicionalismos dos empréstimos em trocas dos quais o FMI exercerá o seu direito de apreciação da sua filosofia política, e, por essa via, da sua política interna e externa, que acabará por ditar.

Privatizações, desregulações, supressões das subvenções nos sectores sociais: tudo passa por ele:
- Abdicação;
- Austeridade;
- Sacrifícios;
- Renuncia à independência da política interna.

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«Coesão Social» e «Paz Social»

>> abril 20, 2009


A ideologia ultraliberal, que aproveita financeiramente com os despedimentos em massa, também exige a suspensão de postos de trabalho vitais, em número já escandalosamente insuficiente, em nome de reduções drásticas dos “défices públicos” que são os únicos verdadeiros benefícios da sociedade.

Se não existisse o desemprego, o regime ultraliberal inventá-lo-ia. Ele é-lhe indispensável. É ele que permite à economia privada manter sob seu jugo a população planetária mantendo a «coesão social», isto é, a sujeição.

A sua política ocupa-se então em poder manter o respectivo conceito num contexto em que já não tem lugar e ameaça todos os indivíduos, com poucas excepções. Haverá algum meio mais eficaz de constrangimento? Haverá melhor garantia de «paz social»?

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Movimento das reconversões


O movimento das reconversões conjugado ao recuo proteccionista do dinheiro e ao ressurgimento de uma mentalidade agrária, traduz-se numa regressão a poderes arcaicos: nacionalismo, corporativismo, regionalismo, separatismo, organização mafiosa dos guetos urbanos e do mundo dos negócios.

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A pretensa «Assistência Social»

>> abril 17, 2009


A pretensa «assistência social» nem sequer representa, aliás, uma «ajuda», mas sim um direito: a compensação pela sociedade das injustiças que ela própria criou, compensação irrisória à vista de uma dívida que não se extingue.


A maioria dos países ricos é subdesenvolvida enquanto lá se mantém ou se desenvolve a pobreza.

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Economia - Espectáculo!

Vivemos sob o jugo de uma “Economia-Espectáculo”!

É suposto o público familiarizar-se e apaixonar-se, como no futebol ou no boxe, com os diferentes episódios da saga das empresas, com os seus frisados, os seus duelos, os seus divórcios e as suas reuniões. No fim de contas, a saída é sempre a mesma: supressões maciças de empregos.


«Parceiros Sociais»? - porque não estipular, por exemplo, que se trata de «interlocutores sociais» que não têm outras razões para se encontrarem que não seja o facto de não estarem de acordo, de os seus interesses divergirem permanentemente, de não serem, portanto, parceiros, mas de se enfrentarem sem chegarem forçosamente a um acordo?

«Moderação de salários»? – corresponde, na verdade, ao congelamento ou à baixa dos salários, mas dá a entender que os patrões devem reprimir a sua impetuosa generosidade, que os levaria a fazer loucuras, a lançar chuvas de ouro em cima dos seus assalariados perplexos, que só poderão aprovar a prudência dessa «moderação».

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«Preparação da Opinião Pública»


A «preparação da opinião pública» (o seu condicionamento) é a base da política ultraliberal:

- «Uma vez que a competitividade»
- «Uma vez que a concorrência»
- «Uma vez que sem o crescimento sem o qual não há empregos»
- «Uma vez que o mercado»
- «Uma vez que não há alternativa»

Está subentendido:

«Uma vez que os assalariados são, em suma, supérfluos», e confessam não compreender por que razão o Estado não ajuda a financiar o «plano social», a indemnizar os despedidos.

O argumento não tem réplica: uma vez que a empresa tem a bondade infinita de pagar os seus impostos, taxas e cotizações, como é que se ousaria não a recompensar?

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Significado de «Adaptar-se»


Adaptar-se é a directiva geral!

Significa:

Adaptar-se à economia de mercado, subentenda-se à economia especulativa;

Adaptar-se aos efeitos do desemprego, ou seja, à sua exploração desavergonhada;

Adaptar-se à globalização, ou seja, à política ultraliberal que detém a respectiva gestão;

Adaptar-se à competitividade, ou seja, ao sacrifício de todos com vista a obter a vitória de um explorador sobre outro explorador, um e outro participando no mesmo jogo;

Adaptar-se à luta contra os défices públicos, ou seja, à destruição metódica das infra-estruturas essenciais e á supressão programada das protecções sociais e das conquistas sociais;

Adaptar-se às desregulações económicas, ou seja, anulam qualquer lei que faça barreira ao seu bel-prazer especulativo;

Adaptar-se assim às deslocações, às fugas de capitais, aos paraísos fiscais, às desregulações anárquicas, às fusões monstruosas, às especulações criminosas.

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Arquitectura das Crenças



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Desconstrução de conceitos ultraliberais

>> abril 15, 2009


É necessário combater incoerência de propostas como:

- O emprego depende do crescimento;
- O crescimento, da competitividade;
- A competitividade, da capacidade de suprimir empregos.

Isso significa dizer: para lutar contra o desemprego, nada como despedir!


É necessário desconstruir conceitos:

«Mercado livre» – … para fazer lucro;

«Reestruturações» – assinalam desmantelamentos de empresas, ou pelo menos, a desintegração das suas massas salariais;

«Plano social» – despedimentos em massa;

«Défices públicos» – são, de facto, “benefícios para o público”: essas despesas consideradas supérfluas, mesmo nocivas, cujo único defeito é não serem rentáveis e serem perdidas para a economia privada, representarem cessações de lucros, insuportáveis para ela. Ora essas despesas são vitais para sectores essenciais da sociedade, em particular os da educação e da saúde.

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Importa renascer!

>> abril 14, 2009


O capitalismo mundial, unificado que foram os seus pólos em aparência opostos, é hoje um sistema parasitário de que resulta uma burocracia financeira assente na prática usurária.
Toda a organização social se encontra assim ameaçada, incluindo a contestação que se lhe opõe, a qual, por não buscar soluções fora da economia de exploração, com esta se degrada.
Entretanto, se rejeitarmos esta civilização que deposita todas as suas esperanças na morte, tão pouco desejamos uma sociedade onde a vida é encarada segundo os critérios da rendibilidade económica.
Como impedir que os desejos se tornem o seu oposto? Como sabermos o que queremos e querermos o que sabemos? A resposta reside em cada pessoa, a partir do momento em que lhe importe, antes de tudo, renascer para aquilo que em si tem de mais vivo!

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Sem Título

>> abril 10, 2009

Cada Homem é uma República.

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Escuta, Zé Ninguém!

>> abril 09, 2009

“Os homúnculos da tua estirpe aprenderam… E dizem-te sem rebuços que tu, a tua vida, os teus filhos e a tua família não contam, que és estúpido e subserviente e que podem fazer de ti o que lhes aprouver. E em vez de liberdade pessoal prometem-te liberdade nacional. Não te prometem dignidade pessoal mas respeito pelo Estado; grandeza nacional em vez de grandeza pessoal.

Não, Zé Ninguém, nunca te inquietaste com a possibilidade do que pensas estar errado, mas sim com o que iria pensar o teu vizinho ou com o preço possível da tua honestidade.

Mas é da natureza do grande homem não esquecer nem vingar-se mas tentar entender a INCONSISTÊNCIA DO TEU COMPORTAMENTO.

Perto de ti é difícil pensar, Zé Ninguém. É apenas possível pensar acerca de ti, nunca contigo. Porque tu sufocas qualquer pensamento original.

Conheço-te. Experimentei-te e experimentei-me contigo. Como terapeuta libertei-te da tua mesquinhez, como educador orientei-te no sentido da espontaneidade, da confiança. Sei como te defendes da espontaneidade, sei o terror que te toma quando te pedem que sejas tu próprio, autêntico e genuíno.

Exiges que a vida te conceda a felicidade, mas a segurança é-te mais importante, ainda que custe a dignidade ou a vida. Como nunca aprendeste a criar felicidade, a gozá-la e a protegê-la, não conheces a coragem do indivíduo recto.

Só sabes sorver e apanhar, não sabes criar ou dar, porque a atitude básica do teu corpo é a retenção e o despeito; porque entras em pânico de cada vez que sentes os impulsos primordiais do AMOR e da DÁVIDA.

Gritas «aqui-d'el-rei» quando alguém te denuncia a prisão de ventre mental.

Queres a verdade num espelho, algures onde não possas chegar-lhe.

Pensas que os fins justificam os meios, ainda que estes sejam vis. Enganas-te: o fim é a trajectória com que o alcanças. Cada passo de hoje é a tua vida de amanhã.

Não entendes que és servil quando deverias ser irreverente e ingrato sempre que deves lealdade.

Não passas de um peido e julgas-te perfumado a violetas.

Eu conheço a facilidade com que diagnosticas de loucura toda a verdade que te desagrada.

Afirma-se habitualmente que és estúpido – ora, eu sei-te inteligente, mas cobarde.

Afirmam-te que és a escória da humanidade – eu diria que és a sementeira.

Talvez te houvesse sido possível entenderes-te a ti próprio se não tivesses engolido bovinamente tudo o que te caía nas mãos.”



"Todo o homem e mulher têm opiniões erradas e certas. Expressa as erradas porque teme as igualmente erradas dos outros homens e mulheres comuns – e esta é a razão fundamental porque as opiniões correctas raramente são expressas."

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Sinais dos Tempos (Londres)




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Sinais dos Tempos (França)




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Sinais dos Tempos (Suiça)




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Pousar os Pés na Terra

"De todos os despotismos, o dos doutrinadores ou dos inspirados religiosos é o pior. Eles são tão ciumentos da glória do seu Deus e do triunfo de sua ideia que não lhes resta mais coração, nem pela liberdade, nem pela dignidade, nem mesmo pelos sofrimentos dos homens vivos, homens reais. O zelo divino, a preocupação com a ideia, acabam por dissecar, nas almas mais delicadas, nos corações mais compassivos, as fontes do amor humano. Considerando tudo o que é, tudo o que se faz no mundo do ponto de vista da eternidade ou da ideia abstrata, eles tratam com desdém as coisas passageiras; mas toda a vida dos homens reais, dos homens em carne e osso, só é composta de coisas passageiras; eles próprios nada mais são do que seres que passam, e que, uma vez passados, são substituídos por outros, também passageiros, mas que não retornam jamais. O que há de permanente ou de relativamente eterno é a humanidade, que se desenvolve constantemente, de geração em geração. Digo relativamente eterno porque, uma vez destruído o nosso planeta, e ele não pode deixar de perecer mais cedo ou mais tarde, pois tudo o que começa tem necessariamente um fim, uma vez que o nosso planeta se decomponha, para servir sem dúvida alguma de elemento a alguma nova formação no sistema do universo, o único realmente eterno, quem pode saber o que acontecerá com todo o nosso desenvolvimento humano? Todavia, como o momento desta dissolução se encontra imensamente afastado de nós podemos considerar, em relação à vida humana tão curta, a humanidade eterna. Mas esse facto de a humanidade ser progressiva só é real e vivo pelas suas manifestações em tempos determinados, em lugares determinados, em homens realmente vivos, e não na sua ideia em geral."

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Sinais dos Tempos (Grécia)



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Sinais dos Tempos (Grécia)

>> abril 08, 2009






Porquê? O que jorra nas veias destas pessoas que daqui, do conforto do sofá, nos parece tão desligado da nossa realidade? Porque protestam? O fim dos sonhos? A queda da máscara dum sistema que nos põe de joelhos? Será que já nem sentimos quando nos pisam, nos enganam, nos manipulam, nos usam? Será que vivemos somente para mais um salário, mais uma prestação, mais dias e meses e anos que se acumulam em toda uma vida cheia de nadas? O que falta que nos façam para que nos indignemos?

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Subversivo

Nos dias que correm não fica nada bem andar por aí a gritar que se é contra os dirigentes.
Nem é preciso dar à língua para se ser posto de lado, basta ter uma cara que desagrade a um asno qualquer!
Quer dizer isto que a rapaziada de pêlo na venta deve seguir as ordens dos governantes, calar o bico e fingir de morto?
Não, não! Menos do que nunca, não é a altura de nos enfiarmos na concha, como a ostra, e sofrermos as afrontas do poder.
Já que não há maneira de fazer propaganda à balda e de manifestar as ideias à luz do dia, precisamos de artimanhas, de tal modo que os bandidos da alta não possam nisso encontrar nada de repreensível.

Mas no seio desta podridão que consome os poderosos e do servilismo que desonra os fracos; no seio da cínica hipocrisia que caracteriza os grandes e da incrível ingenuidade de que morrem os pequenos; no meio dessa insolência ostentada pelos “de cima” e desse rebaixamento que murcha os “de baixo”; no meio da feroz cupidez dos ladrões e do impenetrável alheamento dos roubados; entre os lobos do poder, e os burros de carga e do servilismo;
Ergue-se um punhado de valentes, uma falange que não foi contaminada pela arrogância dos insolentes nem pela baixeza dos humildes.
São os que estão com a Verdade, indiferentes à zombaria medrosa dos poderosos e à morna indiferença dos oprimidos.
Aos poderosos, dizem:
“Só reinais pela ignorância e pelo medo. Sois os continuadores degenerados dos bárbaros, dos tiranos, dos malfeitores.”
“Por quem sois sustentados na vossa ociosidade? Pelas vossas vitimas!”
“Quem vos protege e defende contra o cinismo interno e externo? Amarga ironia! Mais uma vez as vossas vitimas! Quem vos faz governantes? As vossas vitimas ainda.”
E a ignorância delas, por vós cuidadosamente mantida, não só não se apercebe destas incoerências vergonhosas como engendra a resignação, o respeito, quase a veneração.

Mas nós desmascarar-vos-emos sem piedade e mostraremos as vossas caras hediondas de carrascos onde se estampa a duplicidade, a avareza, o orgulho, a cobardia.
E dizem esses homens aos pequenos, aos explorados, aos oprimidos?
Escutai:
“Coração ao alto e cabeça erguida!”
“Tomai consciência dos vossos direitos.”
“Sabei que todos os homens são iguais. É mentira que para uns haja direitos a exercer e para outros deveres a cumprir. Recusai-vos todos a obedecer, e ninguém mais sonhará dominar-vos.”
“Nascei para a dignidade.”
“Deixai crescer em vós o espírito de revolta, e sereis felizes com a Liberdade!”

Tenho sido habituado a respeitar, e até a amar, os princípios da autoridade e educação.
Mas os homens da geração actual esquecem com demasiada frequência uma coisa: que a vida com as suas lutas e os seus dissabores, as suas injustiças e iniquidades, encarrega-se, indiscretamente, de abrir os olhos dos ignorantes à realidade. Foi o que me aconteceu, como acontece com todos Tinham-me dito que esta vida era fácil, largamente aberta aos inteligentes e enérgicos, mas a experiência mostrou-me que só os cínicos e os bajuladores conseguem obter um lugar ao sol.
Haviam-me dito que a sociedade se baseava na justiça e na igualdade, mas não vi à minha volta senão mentiras e velhacarias.
Cada dia me tirava uma ilusão.
Onde quer que fosse, testemunhava as mesmas dores nuns, os mesmos prazeres noutros.
Não tardei a compreender que as palavras pomposas que me tinham ensinado a venerar – honra, abnegação, dever – mais não são uma máscara escondendo as mais torpes infâmias.
Tudo o que vi me revoltou e o meu espírito entregou-se à crítica desta organização social.

Trouxe comigo para a luta um ódio profundo, dia a dia mais intenso devido ao espectáculo revoltante deste modelo social em que tudo é reles, ambíguo, feio, em que tudo é um entrave à expansão das paixões humanas, às tendências generosas do coração, ao livre desenvolvimento do pensamento.

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Crise a Quanto Obrigas

>> abril 07, 2009

Então não é que a Sra. ministra da saúde (saúde... sempre tive dificuldade em decifrar o termo!) diz que é ilegal as farmácias trocarem os medicamentos prescritos por medicamentos genéricos, mais baratos. Que a indústria farmacêutica movimenta biliões, todos sabemos. Que a sua estratégia passa por seduzir os clínicos com esquemas tipo "Avon", oferecendo viagens e outros brindes aos coitadinhos que não surpreendentemente ficam de beicinho por aquela viagem a Punta Cana TI que desgraçadamente vislumbram apenas em sonhos, situação decorrente da côdea que lhes cai na conta ao fim do mês (e ao princípio, e ao fim...) também já todos sabemos. O que me deixou estupefacto foi de facto pensar por momentos que a Associação Farmacêutica tinha cometido um altruísmo. Mas não. É que com a crise, o parôlo que se pousa nos balcões com a receita de anti-depressivos pra curar as dores nas cruzes, depois de ver os preços prefere ir pra casa e dormir no chão em vez de aguardar o simpático do banco lembrar-se dele e endereçar-lhe a latente penhora. Ora está claro, é melhor vender alguns mais baratos do que nenhuns caros. Não são nada parvos, não senhora. Agora é uma questão de ver qual é o lobby que ganha o concurso pela maior fatia do dinheiro dos doentes. Para já, ganha a indústria. Perguntem à vac... à ministra.

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