Revolução
>> setembro 18, 2009
Uma revolução à escala mundial de alto a baixo, em todos os países, em todas as classes, em todos os domínios da consciência. O inimigo do homem é o próprio homem, o seu orgulho, os seus preconceitos, a sua estupidez, a sua arrogância. Nenhuma classe está imune, nenhum sistema possui uma panaceia. Cada um, individualmente, tem de se revoltar contra um modo de vida que não é o seu. A revolta, para ser eficaz, tem de ser contínua e inexorável. Não chega derrubar governos, senhores, tiranos: cada um tem de derrubar as suas próprias ideias preconcebidas de certo e errado, bom e mau, justo e injusto. Temos de abandonar as trincheiras arduamente disputadas em que nos metemos e sair para terreno aberto, e renunciar às nossas armas, aos nossos haveres, aos nossos direitos como indivíduos, classes, nações, povos. Mil milhões de homens que procuram a paz não podem ser escravizados. Escravizámo-nos a nós próprios com a nossa visão mesquinha e circunscrita da vida. É magnífico oferecer a própria vida por uma causa, mas os mortos não realizam nada. A vida exige que ofereçamos algo mais: espírito, alma, inteligência, boa vontade. A natureza está sempre pronta a preencher as lacunas deixadas pela morte, mas a natureza não pode oferecer a inteligência, a vontade, a imaginação para derrotar as forças da morte. A natureza restaura e repara, mais nada. Ao homem cabe irradicar o instinto homicida, que é infinito nas suas ramificações e manifestações. É inutil invocar Deus como é vão responder à força com força. Toda a batalha é um casamento concebido em sangue e angústia, toda a guerra é uma derrota para o espírito humano. A guerra é apenas uma imensa manifestação, em estilo dramático, dos falsos, ocos e pseudo conflitos que diariamente têm lugar em toda a parte, até mesmo nos chamados tempos de paz. Todo o homem contribui com a sua parte para manter a carnificina em acção, até aqueles que parecem manter-se afastados. Estamos todos envolvidos, participamos todos, quer queiramos quer não. A Terra é criação nossa e nós temos que aceitar os frutos da nossa criação. Enquanto nos recusarmos a pensar em termos do bem do mundo e dos bens do mundo, de ordem mundial e paz mundial, assassinar-nos-emos e atraiçoar-nos-emos uns aos outros. Isso pode continuar até à trombeta do juízo final, se desejarmos que seja assim. Nada pode trazer um mundo novo e melhor, a não ser o nosso próprio desejo que ele chegue. O homem mata por medo. Desde que começemos a chacinar, não haverá fim para isso. Uma eternidade não chegará para vencer os demónios que nos torturam. Quem pôs lá os demónios? Eis uma pergunta para cada um fazer a si mesmo. Que cada homem sonde o seu próprio coração. Nem Deus nem o Diabo são os culpados, e certamente que não monstros tão insignificantes como Hitler, Mussolini, Estáline e outros mais. Certamente que não papões como catolicismo, capitalismo, comunismo. Para quê pôr os demónios lá, no nosso coração, para nos torturarem? É uma boa pergunta, e se a única maneira de encontrar a resposta é ir ao “Deserto”, então rogo a todos que larguem tudo e vão lá. Imediatamente.
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