O ressurgimento do maravilhoso

>> outubro 12, 2009

«O ressurgimento do maravilhoso virá, se vier, de alguns indivíduos para os quais o termo tem uma importância vital, em suma, virá daqueles que não podem deixar de agir de acordo com a verdade a que chegaram. O que distingue a maioria dos homens destes poucos é a incapacidade por parte dos primeiros de agirem de acordo com as suas convicções. O herói é o que se ergue acima da multidão. Não é herói por dar a vida pelo seu país ou por uma causa ou princípio. Na realidade ao fazer semelhante sacrifício, é muitas vezes mais cobarde do que herói. Conseguir que os homens se congreguem em torno de uma causa, de uma crença, de uma ideia, é sempre mais fácil do que convencê-los a viverem as suas próprias vidas. Vivemos no meio da multidão e os nossos belos princípios, as nossas maravilhosas ideias, são apenas vendas que colocamos nos olhos, de modo a tornarmos tragável a morte. Desde a aurora da civilização, que nos matamos uns aos outros, por princípio. A verdade é que os seres humanos têm uma necessidade imperiosa de matar. O traço distintivo do homem civilizado é que este mata em massa. Mais triste do que isso, porém, é o facto de ele viver a vida das massas. A sua vida é vivida em obediência ao totem e ao tabu, hoje como no passado, ou talvez mais ainda.»
Sou suficientemente orgulhoso para acreditar que, ao viver a minha própria vida, à minha maneira, me tornarei mais capaz de dar vida aos outros do que me limitar a seguir a ideia que os outros fazem sobre o modo como deverei viver a minha vida, tornando-me dessa maneira um homem entre os homens.

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